11.07.2009

Olhos de Lévi e um velho Novo Bárbaro

"A Baía de Guanabara...
O antropólogo Claude Levy-Strauss detestou
a Baía de Guanabara:
pareceu-lhe uma boca banguela."

(falando em Caetano... cada vez mais bonito... )

eu repito, cantando, recitando, pensando:
e eu, menos estrangeiro no lugar que no momento



Lévi-Strauss em sua primeira viagem ao Brasil, no ano de 1935, ao entrar de barco pela Baía de Guanabara (Iguaá-Mbara, baía semelhante ao mar) observa o relevo dos morros, acha triste a distância entre eles, uma sensação de que falta algo, unidades, dentes... Não se encanta.

A decepção frente ao que ele esperava das belezas do Rio de Janeiro é assim descrita pelo antropólogo em Tristes Trópicos:

"Parece-me que a paisagem do Rio não está na escala das suas dimensões. O Pão de Açúcar, o Corcovado, todos esses locais tão gabados assemelham-se , para o viajante que entra na baía, a raízes de dentes perdidas nos quatro cantos de uma boca desdentada. Esses acidentes geográficos, quase constantemente submersos numa bruma lamacenta dos trópicos, não conseguem preencher um horizonte amplo demais, para se contentar com eles. Se quisermos abranger um espetáculo, temos de tomar a baía no sentido oposto e contemplá-la do alto." (Claude Lévi-Strauss)

Ah, para não se espantar com o fato de que L-Strauss já falava do Pão de Acuçar e do Cristo Redentor no morro do Corcovado, eles são respectivamente de 1912 (e ligava a Praia Vermelha ao Morro da Urca) e de 1931.

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